quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O efeito hipnotizante de comprar

Quem escreveu isso foi uma amiga muito querida que tem o dom das palavras. Ela expressou perfeitamente o sentimendo consumista da sociedade americana e o quanto isso contagia as pessoas (mulheres) que vivem aqui.


O que é comprar? Comprar genuinamente denota a necessidade de suprir algo. De suprir as necessidades do lar, de um estômago falido, de uma decepção amorosa, de um estado eufórico ou inconseqüente. Nós mulheres compramos de qualquer maneira. Tudo nos é lícito e conveniente. No universo do tudo encaixam-se: a festa, a formatura, a coleção outono-inverno, os brincos da moda, as cores do esmalte da estação, o aniversário do amigo, a lembrancinha de um espaço-tempo que talvez não voltemos, ou ainda o simples fato de experimentar. Mas vamos além, queremos ainda aquilo que um dia precisaremos usar. Queremos todos os tipos, todos os modelos e cores que nossos braços possam carregar; queremos para nós, para os outros. Queremos comprar o que está liquidando, ou semana que vem não haverá mais. Compramos porque esquecemos os problemas, porque ficamos alegres, radiantes, mais bonitas, ou para parecermos com aquilo que sonhamos ou desejamos que os outros vejam. Compramos tinturas para mudar de vida, para enganar a ampuleta e mudarmos de personalidade. Compramos porque acreditamos que seremos lindas como as modelos da caixa.
E ontem, eu comprei. Comprei porque eu precisava comprar, e olha que não foi muito hein?! Eu estava simplesmente inspirada. Na verdade, corri porque estavam liquidando na Old Navy. E queria comprar um casaco pro Leo. Eu queria TUDO que estava a 2 m de distância de mim e tive que me controlar. Acabei não comprando o casaco que gostaria de presentear. Nao era tão bonito como parecia online. Ainda bem que não comprei online com medo de acabar. Comprei uma blusinha de malha pra mim.
Agora meu novo objeto de consumo é um pijama. Lindo, azulzinho, flanelado de “apenas” 60 dolares na Victoria Secrets. Mas para que eu teria um pijama tão quentinho, tão fofinho, gostosinho no gélido frio do Rio de Janeiro? Sera que eu estava precisando mesmo? Estou com dois aqui.. Mas nenhum deles é aquele que vi na loja! Talvez a Victoria Secrets faça uma liquidaçao semana que vem...
Fiquei encantada com uns perfumes que a Carol procurava. Até eu que nao gosto de perfume porque fico com dor de cabeca queria comprar pra mim. Mas o que eu gostei custava 80 dolares. Ah, muito caro. Tenho outras prioridades. E comprei um óculos escuro de 10 dolares porque me interessava por uns modelos acima de 100. E com esse dinheiro faço a festa em outras coisas.
Quanto mais vc compra, mais aumentam as suas necessidades. É o sapato que combina com a blusa, ou o cachecol para dar um visual sofisticado ao casaco novo....enfim, ainda não terminei minha listinha de necessidades pessoais, pois as domésticas eu ainda nem comecei a quitar.
Deus queira que eu consiga me controlar a tempo de voltar falida. Pois nao terei salário em janeiro.
A verdade é que voltei mais relaxada, tranquila. Comprei uma calça linda na Gap para combinar com meu sobretudo. Comprei mais um livro para alimentar minhas ideias femininas.
Eu costumava dizer que eu não era consumista. Mas hj confesso que sou. E nao venham me dizer amigos que a sua mulher não é, ou que vc mesma nào é. Porque isso faz parte do instinto natural do ser mulher. Que não se contenta com o pouco, porque quer muito mais. Ate aquelas que se dizem pouco consumistas, talvez não sejam para elas mesmas, mas certamente o serão para os amigos, parentes, filhos etc. Enfim, este é um desabafo meu. Um desabafo de alguém que ouve dizer de outros que compro pouco. Que as outras meninas compram muito mais aqui nas terras do tio Sam. Sinto-me agora mais equilibrada ao lembrar disso, sinto-me apenas mais frugal.

Miria Pereira

2 comentários:

  1. Ah! Continuo achando que compro pouco... ehehehe...
    Sério! Tenho pouca paciência de ficar provando roupa e coisa e tal...

    Mas se comprar esse tanto te faz feliz, Miria, feliz seja! :D

    Beijos nas duas. :)

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  2. E agora? Aproveitando bem o fim de semana, Loraine? :)

    Sabe que dia desses eu estava conversando com o marido sobre essa diferença de comportamento bem distinta e em função das estações aí, nos EUA? Dá para perceber inclusive nos sites e blogs femininos internacionais que visito. Quando vai chegando o verão é um “aconteceimento” e parece haver uma convocação geral para a vida... ehehehe...

    Não me admira essa diferença ser tão fortemente notada por você, e isso te fazer sentir saudades daqui. Na verdade cada lugar tem mesmo suas características específicas, e isso só aumenta a saudade que a gente sente das raízes. Mas o que não tem remédio, remediado está. Espero que você volte para o Brasil no tempo certo e feliz por ter feito por aí o que você se propôs a fazer. :D
    Beijos!!

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Brasileira, quase 33 anos, mãe de dois filhotes lindos, bem casada, atarefada e estressada. Meu dia a dia é uma loucura e tento me dividir em várias ao mesmo tempo, como muita mulher por aí, né? Sou mãe, esposa, cientista, professora, afff, cansei!

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